Uma travessia oceânica que celebra coragem, resiliência e a força do espírito humano
Antes da travessia retratada em “Row of Life”, um dos filmes que será exibido no International Ocean Film Tour (IOFT), com início a 29 de setembro em Portugal (podes comprar bilhetes aqui) Ângela Madsen já tinha concluído quatro cruzamentos de oceanos em grupo (Atlântico, Índico e Pacífico), além de várias travessias em dupla.
Depois de anos de reabilitação e adaptação, ela descobriu no desporto uma paixão e um propósito. Transformou-se numa atleta paralímpica de elite, participando em provas de remo adaptado e conquistando uma medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos de Londres de 2012, além de vários títulos mundiais em atletismo adaptado.

Limites físicos e mentais
“Row of Life” retrata o culminar da sua trajetória: um desafio a solo, movido pela coragem e pela necessidade de provar – mais para si mesma do que para o mundo – que nenhuma barreira é intransponível. No filme, acompanhamos Ângela numa missão que combina força, determinação e espírito aventureiro: remar sozinha da Califórnia ao Havai.
Para ela, esta travessia representa a progressão natural das suas conquistas anteriores, que a ajudaram a ultrapassar limites físicos e mentais, sempre com coragem e humor.
Realizado por Soraya Simi, e com produção da Vacationland Films, o filme mergulha o público na beleza e nos perigos do oceano, enquanto acompanha Ângela na sua travessia épica. Cada remada é uma história de coragem, cada onda um teste de resistência e cada momento no mar é uma oportunidade de reflexão sobre a força interior e a determinação.
De acordo com a realizadora – recém-formada na escola de Cinema – ela achou que estava a fazer apenas um filme sobre desportos, mas Ângela, com o seu caráter tão único, transformou esta experiência numa história de amor pela vida, como afirma no vídeo abaixo:
Porque tens de ver
“Row of Life” não é apenas sobre remar – é sobre a vida. É sobre aceitar os desafios com um sorriso, encontrar forças nos momentos mais difíceis e deixar um legado de coragem e inspiração. Mais do que um relato de resistência física, é uma homenagem à resiliência, uma narrativa que emociona, motiva e recorda que, por maior que seja a adversidade, a força do espírito humano pode sempre remar mais longe.
Durante os 32 minutos do filme, o espectador conhece uma mulher que enfrentou inúmeros contratempos, mas que nunca perdeu o amor pela vida nem o sentido de humor, mostrando que determinação e alegria podem caminhar lado a lado.

Outras mulheres que enfrentaram o Oceano
Ângela Madsen não está sozinha nesta história de superação sobre as ondas. Outras mulheres também gravaram o seu nome na história do remo oceânico:
Tori Murden McClure (EUA) — em 1999, tornou-se a primeira mulher a remar sozinha pelo Atlântico, concluindo uma viagem entre as Ilhas Canárias e Guadalupe em 81 dias.
Roz Savage (Reino Unido) — remou sozinha em três grandes oceanos (Atlântico, Índico e Pacífico), tornando-se a primeira mulher a fazê-lo. A sua mensagem vai além do desporto, com foco na sustentabilidade e nas alterações climáticas.
Jasmine Harrison (Reino Unido) – Em 2021, tornou-se a mais jovem mulher a remar sozinha pelo Atlântico, com apenas 21 anos. Atravessou cerca de 3.000 milhas em 70 dias, enfrentando capotagens, encontros com navios de perfuração e muita calmaria.
Zara Lachlan (Reino Unido) – No dia 1 de fevereiro de 2025, completou, a solo e sem apoio, a histórica travessia do Atlântico, partindo de Lagos (Portugal) até Cayenne (Guiana Francesa). Aos 21 anos, e em 208 dias, tornou-se a mais jovem a realizar este percurso, percorrendo 7.026 km em 97 dias.
Michelle Lee (Austrália) – Em 2019, Michelle tornou-se a primeira australiana a cruzar um oceano num barco a remo, a solo, completando o percurso de 5.000 km, entre as Ilhas Canárias e a Antígua, em cerca de 68 dias. Enfrentou isolamento extremo, feridas e tempestades, mas provou que a resiliência se sustenta no espírito humano. Em 2023, foi a primeira mulher australiana a remar sozinha pelo Pacífico, suportando 237 dias de isolamento e condições extremas para completar este feito histórico.